Há algum tempo atrás eu fiz uma leitura Bíblica de forma bem curiosa sobre o que foi a saída do povo de Deus do Egito para a “terra prometida”. Mesmo depois de um tempo de estrada cristã, vi algo interessante, esse povo que era chamado “povo escolhido de Deus”, era na verdade um povo escravo e como tais eram sujos, sem pensamentos próprios, sem sonhos, sem regras, comiam tudo o que viam pela frente e nisso estava incluindo as coisas mais imundas e sujas que você pode imaginar, faziam sexo de forma dessenfreada com pessoas que eram até mesmo da mesma família, e faziam tudo o que os outros diziam o que eles deveriam fazer e como deveriam fazer. Eles tão somente não conheciam a Deus, eles não sabiam nada da vida, eram escravos de corpo, alma e mente, eram homens, mulheres, jovens e crianças presos na sujeira, na ignorância, nos vícios, no viver sem regras, sem limites, sem amor e sem significado verdadeiro do que é ser um cidadão.
A questão é, se eles não sabiam ser cidadãos nessa terra, imagine como eles poderiam ser ou imaginar fazer parte de uma cidadania do Reino de Deus? Mas foi esse povo que Deus amou, escolheu, determinou, ensinou e transformou em verdadeiros cidadãos aqui na terra e mais ainda com palavras ousadas que eles (o povo de Deus) seriam prósperos e outros desejariam ser como eles.
Que fantástico!
E sabe, continuando na história do povo de Deus podemos ver que realmente eles alcançaram uma cidadania diferenciada dos demais povos, uma inteligência absurda em todas as áreas da vida, se tornaram prósperos e invejáveis e cumpriram a palavra e o sonho de Deus de se tornarem verdadeiros cidadãos numa sociedade perdida e corrupta. O grande lance disso tudo é que no decorrer da história do povo de Deus, eles sempre se perderam no caminho que lhes foi apresentado. Seja por idolatria, roubo, práticas imorais ou religiosidade, e Deus–Pai sempre misericordioso disciplinando o Seu povo, se revelando ou usando profetas para trazer à memória do povo quem eles eram quem eles deveriam e poderiam ser e qual a vontade suprema de Deus para eles.
Antes de tudo, penso que ser um cristão também é sinônimo de ser um verdadeiro cidadão, e para isso esse cidadão-cristão tem em sua essência o dever e a obrigação do sonho de uma nação, ajudando-a a construir tal qual Deus criou e construiu o mundo e sempre ensinou o Seu povo a ser e a fazer da melhor forma.
Uma das primeiras cidades a serem disciplinadas por Deus foi Sodoma e Gomorra, e aí claro, muitas pessoas apontam o pecado dessas cidades de forma precisa como que a razão foi à aprovação da lei do casamento de homossexuais (como no Brasil recentemente e em outras nações); os assédios homossexuais aos anjos bonitões que chegaram à cidade, as práticas satânicas... E a resposta é..NÃO
Deus disciplinou essas duas cidades pela mesma razão que disciplinou o povo de Jerusalém permitindo o Cativeiro Babilônico (Jeremias) e da mesma forma que vem durante toda a história ensinando o Seu povo. Eles não eram verdadeiros cidadãos-cristãos, veja: Ezequiel 16:44 “Ora este foi o pecado de sua irmã Sodoma: ela é suas filhas eram arrogantes, tinham fartura de comida e viviam despreocupadas (ociosamente), não ajudavam os pobres e os necessitados”.
Calma! Sim, uma coisa puxa outra coisa, ou seja, pecado puxa mais pecado. A falha de caráter de cidadãos levou Sodoma e Gomorra a acreditarem que certas “coisas erradas” podiam ser naturais e normais, inclusive se houvesse uma lei feita por homens que amparasse essas certas coisas, então poderia ser transformada em coisas legais, habituais e naturais na sociedade.
A história tem se repetido e tem chegado aos nossos dias atuais de forma tão clara, triste e deprimente, obviamente com novos figurinos, novos cenários, mas os mesmos personagens...os homens.
Em absoluto o que venho observando há alguns anos é como alguns pastores e líderes religiosos têm procurado alienar o povo de viver essa cidadania que o próprio Deus desde o princípio procurou nos ensinar, pessoas que procuram envolver o povo dentro de uma redoma religiosa interna e até mesmo deixando de incentivar o povo a cumprir a palavra em se apresentar como verdadeiros cidadãos-cristãos. Prestando assim um desserviço ao povo de se relacionar com a cidade e sua construção, a política e seus representantes. No Livro de Jeremias capítulo 29, ele escreve uma carta de Deus ao povo – uma ordem direta do que Deus espera de um cristão, que ele seja um cidadão em primeiro lugar e ainda que seja um estrangeiro e viva de forma decente, procurando a prosperidade da cidade, pois assim esse cidadão-cristão prosperará. A ordem clara é: Construam, Plantem, Casem-se, multipliquem-se. “Trabalhem para o bem da cidade para onde eu os enviei como cativos. Orem a mim pedindo em favor dela, pois se ela estiver bem, você também estarão.” (Vers. 07). Desde o início tem sido um ensino de cultura de construção para o bem comum social. E ai, como cristãos, essa é nossa maior contribuição que está baseada no maior mandamento de todos, “Amar o próximo como a ti mesmo”.
Eu creio ai que esse deveria ser o ensinamento e papel de alguns pastores e líderes religiosos, ensinar os seus a serem verdadeiros cidadãos aqui e agora, e não somente se preocupando em números, de templos mais belos e mais cheios, de células recheadas, de uma cultura interna e egoísta e prestando um verdadeiro desserviço ao Reino de Deus. Se realmente houvesse uma preocupação com o Reino verdadeiro, seriamos em verdade adoradores verdadeiros, inteligentes e aptos para estarmos em posições privilegiadas e onde, ai sim, iria haver uma diferença radical, tal qual foi com o governo de José, com Daniel e seus amigos, com Ester e outros que não se esconderam dentro da cultura cristã, mas ainda como estrangeiros na terra se apropriaram das oportunidades e puderam em Deus e por Deus fazer uma diferença que mudasse a sociedade.
Essa realmente deveria ser a maneira de responder ao mundo o que estamos buscando (Heb. 11.14), afinal essa foi a idéia de ser “Sal na terra e Luz no mundo” Deus tem chamado o Seu povo a despertar e não para ser parasitas e alienados nesse mundo e da lei desse mundo e da nossa sociedade, mas para ser O Povo dentre muitos povos, A Nação dentre muitas nações. Não nos deixemos ser manipulados por pessoas que dizem servir a Deus, mas não estão com Deus, a verdade é que estão prestando um desserviço a Deus quando alienam o povo, os instruem a não estudar, não entrar em Universidades, não se profissionalizar, não estudar, não aprender, não plantar, não construir. Volto aqui a declarar palavras que anos atrás queimou o meu coração. “Deus está levantando uma geração de radicais adoradores e que estão se fundamentando na Palavra de Deus e não na palavra de homens.” Espero sinceramente que você seja uma dessas pessoas.
LIBERTE-SE
Fontes: Bíblia